A ENCHENTE
O que fazer quando tudo o que conquistamos durante a vida vai embora? Quando a casa que chamamos de lar deixa de ser o nosso chão, o nosso teto? Quando as lembranças físicas do que vivemos com a nossa família encharcam, desmancham, desaparecem? Essa foi a realidade de cerca de 180 mil pessoas, mais da metade da população de Canoas, em sua maior tragédia, a enchente de maio de 2024.
Para que a cidade emergisse, foram necessárias mãos de todos que tinham condições de ajudar o próximo, conhecido ou não. Alguns dispuseram seus veículos e lanchas para ajudar nos resgates. O prefeito Airton Souza costuma dizer que este “é um trauma que as pessoas vão carregar pelo resto da vida”.
AS AÇÕES DA PREFEITURA
Passado um ano da enchente, cada um tenta o seu recomeço e a missão da Prefeitura de Canoas é não medir esforços para colaborar com isso. Este espaço vai servir para que a população acompanhe como o trabalho é desenvolvido pela gestão municipal atual.
Ações em imagens
OS HERÓIS
Não importava cor, etnia, classe social ou religião, quando a água inundou os lares e as ruas, quem ainda tinha força e fôlego fez o possível para socorrer os mais vulneráveis. Braços irmãos da população canoense formaram cordões humanos para que pessoas adoentadas, idosos, crianças e animais fossem resgatados e deixados em solo mais seco possível. Voluntários que nunca haviam participado de qualquer tipo de resgate até especialistas, equipes se formaram naturalmente com o propósito de salvar vidas, seja com veículos oficiais ou barcos e jet-skis anônimos. Em horas e horas de dedicação, muitos servidores da Prefeitura estiveram na linha de frente dos salvamentos, em momentos de coragem, profissionalismo, empatia e amor ao próximo.
Eles também fizeram a diferença
Mobilização da prefeitura
A RECONSTRUÇÃO DE CANOAS
RESGATE DE ANIMAIS
Em meio ao desespero de salvar as próprias vidas e a de familiares, muitas pessoas atingidas pela enchente, mesmo que precisassem deixar seus lares e tudo que conquistaram até ali, não deixaram de pensar naqueles companheiros que, muitas vezes, são sentidos como parentes, seus melhores amigos, até. Não foram poucos os cidadãos que voltaram para buscar os seus animais de estimação. Mais de dez mil foram resgatados junto aos seres humanos naquele maio de 2024. Cachorros, gatos, pássaros, galinhas e porcos encontraram um teto, ainda que provisório, nas dezenas de abrigos pela cidade. O caso mais marcante foi o cavalo Caramelo, resgatado de um telhado no bairro Mathias Velho.
As imagens dos resgates
Mobilização da prefeitura
ABRIGOS
A palavra tragédia traduz bem o que a população de Canoas passou naqueles dias de maio. Depois da triste, mas necessária, decisão de deixar as residências por conta do avanço das águas e os salvamentos a quem tinha dificuldade de se locomover, ainda vinha mais uma etapa: para onde ir? Em meio ao desespero, que incluía pensar naqueles que não davam notícias, os abrigos vieram como um alívio seco, ainda que imediato e provisório.
A Prefeitura gerenciou 55 locais, porém mais de 80 espaços em toda a cidade se tornaram o alento possível a quem desconhecia seu futuro. Escolas, universidades, clubes sociais, igrejas, associações e todo tipo de espaço que pudesse receber desabrigados receberam milhares de pessoas. A comoção foi coletiva e doações não pararam de chegar, entre alimentos, medicamentos, roupas e utensílios.
A Organização Internacional para as Migrações (OIM) geriu dois Centros Humanitários de Acolhimento (CHAs). O primeiro, chamado “Recomeço”, já encerrado, e o segundo, “Esperança”, que segue até maio de 2025.
Angústia dos desabrigados
As imagens dos abrigos
Mobilização da prefeitura
DADOS DA ENCHENTE
PLANO DE CONTINGÊNCIA
A Defesa Civil de Canoas lançou, em abril, a revisão do Plano Atual de Contingência para eventuais novos eventos climáticos. Entre as novidades, está trabalho integrado entre todas as secretarias nas ações de prevenção e mitigação, para dar agilidade no atendimento da população atingida e no restabelecimento no município.
Também está prevista a criação do Núcleo de Proteção e Defesa Civil Comunitário junto às subprefeituras, oferecendo treinamento e preparando a população como agir em caso de desastres. E, também, a criação da Defesa Civil na Escola, com palestras e treinamentos à comunidade escolar, preparando uma nova geração para eventos climáticos futuros.