A importância do voluntariado é crucial em momentos de crise. Desde o dia 2 de maio, quando Canoas enfrentou a pior enchente de sua história, milhares de pessoas têm recebido apoio de voluntários vindos de todas as partes do Brasil. Mais de 10 mil pessoas já passaram pela cidade, oferecendo apoio em diversas áreas, como saúde, veterinária, alimentação, segurança, logística e infraestrutura.
Melchíades Neto, secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, afirma que a atuação desses voluntários é essencial para a recuperação das áreas afetadas e para o suporte aos desabrigados. “A população tem demonstrado um extraordinário senso de empatia e solidariedade, participando incansavelmente nos mais de 8 mil abrigos existentes no município, além dos centros de coleta e distribuição de doações. Isso mostra que, juntos, podemos enfrentar grandes desafios”, completa.
Ajuda que vem de longe
A família Pacheco é um exemplo inspirador desse espírito solidário. Após acompanhar os noticiários sobre a enchente, Sirlei, Marcelo e Ketruyn Pacheco vieram de Joinville (SC). Para Sirlei, além de palavras, é preciso haver ações práticas. “Não adianta ficar apenas sentado, expressando o desejo de ajudar. Precisamos agir. Se queremos verdadeiramente amar o próximo, devemos oferecer a nossa ajuda”, sintetiza.
Ao chegar em Canoas, a família Pacheco procurou informações sobre onde poderiam ser mais úteis e se dirigiram à Ulbra, local onde muitos voluntários estavam concentrados. Apesar das dificuldades iniciais, eles encontraram acolhimento na casa de uma moradora. “Chegamos na segunda-feira e fomos direto para o abrigo ajudar. Dormimos em um posto de combustível. Na última noite, uma voluntária nos convidou para ficar em sua casa. É tempo de nos ajudarmos mutuamente”, destaca Sirlei.
Retribuição pela ajuda recebida
Um voluntário do Centro de Bem-Estar Animal se destaca nesse cenário. Giovanni Oliveira, morador do bairro Harmonia, foi resgatado no quarto dia após a enchente. Sua maior preocupação era seus quatro fiéis companheiros: dois cachorros, Thor e Sophie, e duas gatas, Mia e Mimi. Transplantado renal, Giovanni conta que cada movimento exigia cuidados especiais para preservar sua saúde e, mesmo assim, ele só saiu de casa com a garantia de levar os pets. “Foi assim que aconteceu. Ainda consegui, junto com um vizinho, salvar 20 animais”, conta.
Após os resgates, Giovanni tem se dedicado aos animais no Centro de Bem-Estar Animal. “Estou retribuindo a ajuda que recebi. Me salvaram e salvaram os meus animais. Me dedico à causa, dando amor aos mais de mil animais que têm aqui”.
Escritório de Comunicação