A Prefeitura de Canoas, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação e da Defesa Civil, montou uma força-tarefa para fazer a análise estrutural dos imóveis atingidos pelas enchentes. A proposta é avaliar os riscos das edificações e garantir a segurança da população no retorno às suas casas. A iniciativa inclui a utilização de drones para o georreferenciamento das regiões, além de contar com técnicos da ONG HelpNgo, da Guatemala, e com equipes de apoio da Defesa Civil das cidades de Niterói (RJ), São Luís (MA) e Campinas (SP). São mais de 30 técnicos trabalhando nas atividades.
As regiões prioritárias já foram identificadas, e o trabalho ocorre de forma simultânea nos bairros Mathias Velho, São Luís, Harmonia, Fátima, Rio Branco, Mato Grande, parte de Niterói e parte do Centro. A secretária de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Roberta Togni, destaca a importância da ação para que as pessoas estejam seguras. “Nossa orientação é que a população procure locais devidamente seguros para estar com as suas famílias. A partir dessas análises, recomendaremos as melhores alternativas aos cidadãos. A previsão é de que toda a área atingida seja vistoriada pelas equipes técnicas”, destaca Roberta.
O superintendente da Defesa Civil de São Luís (MA), Alexssandro Nogueira, relatou que as casas de alvenaria foram as que sofreram menos impactos com as cheias. “Nós podemos identificar as casas sofreram avarias, com muito mofo e umidade acumulada, devido ao tempo que a inundação durou. Entretanto, os imóveis de alvenaria sofreram menos danos que as de madeira. Em geral, as casas de madeira estão tendo danos estruturais permanentes e interdição imediata. Estamos conversando com a população e encaminhando a solução mais segura, para que eles não mais residam nesses locais com risco de desabamento iminente”, concluiu.
“O trabalho de georreferenciamento significa, além dos drones que estão supervisionando a área, uma visita in loco das habitações que estão localizadas no lado oeste da cidade e que foram afetadas pelas chuvas. Com isso, estamos separando as habitações que podem voltar a ser ocupadas rapidamente, daquelas que vão precisar de reparos e das danificadas de forma total”, explica o secretário-chefe do Escritório de Resiliência Climática e Defesa Civil de Canoas (Eclima), José Fortunati. Ainda segundo ele, a medida ajuda na elaboração de políticas públicas adequadas para abrigar essas famílias, o mais rapidamente possível, com contrapartidas do Governo do Estado e Governo Federal.
Operação nas ruas de Canoas
Nesta quarta-feira (5) os técnicos, engenheiros e agentes da Defesa Civil conversaram com os moradores do Bairro Mathias Velho. A operação ocorreu nas ruas Encantada, Curitiba, Guaporé e Itatiaia. Moradora da Rua Encantada, Rosângela Siqueira Xavier, 49 anos, teve sua casa consumida pelas águas na madrugada do dia 3 de maio e, desde então, mora com parentes. “Tive perdas importantes de móveis, forros e pisos, mas, felizmente, a estrutura da casa está em condições. Fiz o cadastramento no Auxílio Reconstrução e já recebi os R$ 5,1 mil. É um momento muito difícil, mas tenho fé que logo passará”, contou.
Letiere Nolasco, 32 anos, é proprietário de uma casa de madeira, que acabou interditada pela Defesa Civil. Mesmo tendo recebido os R$ 5,1 mil do Auxílio Reconstrução, a sua meta é residir em outra localidade. “Mesmo com esse valor e a possibilidade comprar novos móveis e iniciar a construção de uma casa nova, minha meta é sair daqui. É uma dor muito grande, é a nossa história, mas estou com medo que venha outra chuva e o pesadelo se repita”, conta.
Escritório de Comunicação