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Dívidas, pagamentos atrasados, sumiço de equipamentos e estoque zerado nos hospitais: desafios assumidos pela atual gestão da Prefeitura

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Foto: Renan Caumo PMC

Além de dar transparência para o déficit financeiro de R$ 421,9 milhões, de 2023, a atual gestão da Prefeitura de Canoas apresenta um balanço da situação encontrada nos hospitais da cidade. Estoque zerado, pagamentos atrasados, falta de equipamentos e venda de bens sem comprovação legal fizeram parte de alguns problemas identificados e que impactam nas estruturas de saúde do município.

A partir da auditoria, determinada pelo prefeito em exercício, Nedy de Vargas Marques, ainda no final de dezembro quando reassumiu o comando do Executivo, uma série de medidas foram adotadas pelas gestões hospitalares para driblar os desafios encontrados e garantir a manutenção dos serviços dos três hospitais da cidade. Os hospitais Nossa Senhora das Graças (HNSG) e Universitário (HU) apresentaram o quadro mais crítico.

“As dificuldades que encontramos na saúde logo que assumimos a Prefeitura não são apenas números em um relatório. Elas afetam vidas. É por isso que estamos trabalhando muito para garantir a recuperação do sistema de saúde, porque acredito firmemente que a saúde da nossa população é o alicerce para o futuro que queremos construir”, salienta o prefeito Nedy. Ele ainda completa: “Este é um momento de virada, e com transparência, trabalho duro e união, vamos mudar o rumo da nossa cidade”.

Não bastasse o rombo financeiro estimado em mais de R$ 22 milhões, a atual direção do Graças verificou sumiço de equipamentos, estoque de insumos baixos, áreas físicas deterioradas e salários atrasados, incluindo o décimo terceiro. No HU, a dívida chegou a cerca de R$ 50 milhões. Estoques zerados ou insuficientes de insumos, falta de controle de horas extras e contas de internações pendentes foram alguns dos problemas encontrados.

Para enfrentar a situação encontrada pela atual gestão, o prefeito Nedy determinou a realização de medidas de reorganização das estruturas hospitalares. O diretor-geral do HU, Paulo Nader, salienta que já conseguiram reduzir drasticamente a folha de pagamento, neste ano, mexendo nos cargos administrativos, refletindo numa economia mensal de R$ 300 mil. Além disso, foram renegociadas dívidas de gás e água, por exemplo, projetando uma economia anual de R$ 5 milhões.

“Também está em andamento a conciliação das rescisões de funcionários demitidos em 2023. Apesar das adversidades, estamos conseguindo manter a folha de pagamento e negociar com os fornecedores para manter o HU funcionando”, explica o diretor. Conforme o levantamento do HU, ainda foi verificada uma dívida de R$18 milhões de obrigações trabalhistas não repassadas. Sendo que R$ 4,4 milhões se referem ao FGTS que foram descontados dos servidores do hospital e não foram depositados pelos gestores anteriores.

O diretor-geral do Hospital Nossa Senhora das Graças, Juliano da Silva, lista também uma série de problemas herdados. Frisa que encontraram falta de equipamentos de refrigeração, estruturas degradadas por ausência de manutenção, venda de bens sem a realização de procedimentos legais, uma dívida de mais de R$ 6 milhões com os médicos, filas de espera de até seis meses por cirurgias na área de traumatologia, entre outros problemas.

“Desde que assumimos, além de reorganizar as pendências, já realizamos algumas entregas. Inauguramos 31 novos leitos 100% SUS, distribuídos em seis quartos, para pacientes de cirurgias nas áreas de traumatologia, neurologia, oncologia e geral, e entregamos 10 novos leitos de UTI, que dependem da pactuação com o Estado para começarem a funcionar”, destaca o diretor do Graças. Além disso, o HSNG lançou as atividades do Centro de Pesquisas Clínicas Oncológicas, que vai desenvolver estudos eficientes de medicamentos para o tratamento do câncer.

Em dezembro de 2023, a Direção do Hospital de Pronto Socorro enfrentava uma situação delicada devido ao não repasse necessário para o pagamento do 13º salário dos colaboradores da instituição. Além disso, a dívida existente de R$ 10 milhões trouxe uma série de desafios financeiros e operacionais. Para o ano de 2024, o HPSC tem como objetivo a instalação do seu novo tomógrafo e a aquisição de um arco cirúrgico, equipamentos essenciais para garantir o pleno funcionamento da instituição, reconhecida como referência em trauma.

Junto com o Hospital de Pronto Socorro de Canoas, Graças e HU atendem pelo SUS e são referência para mais de 150 municípios gaúchos.

Texto: Clarissa Colares 
Edição: Sibeli Fagundes