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Reciclagem de materiais garante renda para 40 cooperados, no Guajuviras

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Foto: Gabriel Abreu - PMC
Foi em janeiro de 2010, que a Cooperativa de Trabalho de Reciclagem Amigas e Amigos Solidários (Cooarlas) obteve o CNPJ. Por cinco anos, um pequeno grupo de catadores informais sonhou em construir um espaço que pudesse dar conta de toda a operação de triagem e separação de materiais para reciclagem. Hoje, o sonho está edificado em um pavilhão de 1.600m², no bairro Guajuviras, onde são processados, em média, 55 toneladas de descartes por mês que geram renda para 40 cooperados.
A cooperada Fabiana Freitas Fernandes lembra de quando era catadora informal e o seu cavalo ficou doente e morreu. Ela ficou sem recurso para trabalhar e não tinha como comprar outro animal. “Eu passava aqui pela frente quase todos os dias, mas daí resolvi entrar e pedi uma oportunidade. Eles me acolheram, isso já faz nove anos. Com a minha renda consegui criar meus cinco filhos e garanto o nosso sustento. Esse é o trabalho que eu gosto, eu me sinto muito mais que uma recicladora e sim, uma agente da natureza”, revelou.

A Cooarlas é uma cooperativa que possui toda a documentação, licenças e exigências legais de uma empresa. Porém, ela opta pela divisão de seus rendimentos por meio cooperativado, como explica a presidente Marcia Carpes. “Somos 28 mulheres e 12 homens trabalhando e somamos 118 beneficiados. Trabalhamos 40 horas por semana e disponibilizamos cafés da manhã e da tarde, diariamente. Não damos almoço, até porque o pessoal gosta de ir em casa, para fazer comida para os filhos. Somos bem flexíveis aqui. Se alguém precisa sair, levar ou buscar filhos na escola é tudo muito tranquilo”, explicou a presidente.

Atualmente, a Cooarlas separa até 36 tipos e subgrupos de materiais para a reciclagem. Ela faz a coleta seletiva no quadrante Nordeste e recolhe em média 55 toneladas mensais, das quais 45 toneladas são comercializadas com as empresas de reciclagem. Além disso, a Cooarlas recebe materiais de empresas de Canoas e região. “Nós fizemos uma triagem bem detalhada e conseguimos separar materiais com mais precisão, o que dá mais trabalho, mas recompensa com valor agregado. Também disponibilizamos a declaração de destinação, para as indústrias que doam seus descartes”, concluiu Marcia.
Texto: Andrei Fialho – PMC
Edição: Valéria Deluca – PMC