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Acolhimento de mulheres com risco de morte aumentou 50% no último ano em Canoas

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Foto: Gustavo Garbino

Os casos de violência doméstica duplicaram durante o período da pandemia, conforme levantamento de atendimentos realizado pela Prefeitura de Canoas, por meio da Coordenadoria de Mulheres da cidade. O mais preocupante é que além do número de atendimentos ter aumentado, as mulheres passaram a correr maior risco de morte e precisaram ser acolhidas como forma de proteção a vida delas.

Reconhecida como referência para o estado do Rio Grande do Sul, a rede de enfrentamento à violência contra as mulheres de Canoas acolheu, ao longo de todo o ano de 2021, 64 mulheres que, mesmo com a medida protetiva em vigor, corriam risco iminente de morte. Mais do que o dobro do registrado no ano anterior, quando o espaço recebeu 30 mulheres.

Todas essas canoenses são acolhidas em um alojamento temporário, em endereço sigiloso, com proteção e atendimento integral, podendo estar acompanhadas de seus filhos até 18 anos. O objetivo da casa é garantir a integridade física e psicológica da vítima de violência doméstica, além de oferecer suporte para que ela recomece a vida de maneira segura.

A secretária da Coordenadoria de Mulheres, Vani Piovesan, destaca que os esforços estão sendo concentrados na atenção integral às mulheres vítimas de violência. “O que mais precisamos é fomentar nas mulheres a ideia de que elas não estão sozinhas. De que elas têm onde pedir ajuda, que elas não devem se intimidar. Realizamos ao longo dos meses diversos trabalhos educativos e de conscientização, visando atingir a sociedade de um modo geral, para que as mulheres não tenham medo e para que os agressores entendam que não sairão impunes”, destacou.

Além do aumento no abrigamento de mulheres, o Centro de Referência para Atendimento a Mulheres Patrícia Esber também registrou aumento nos números de denúncias. Em 2021, 603 mulheres procuraram ajuda no local, que é composto por uma equipe técnica com psicóloga, assistente social e advogada.

O contexto de pandemia é visto como o principal motivo para esse aumento de violência de gênero. “A violência contra a mulher é um desafio milenar que ainda precisa ser muito debatido. O isolamento social, em virtude do Coronavírus, acabou aproximando muitas vítimas de maus tratos dos seus abusadores, muitos homens e mulheres foram obrigados a trabalhar em homeoffice ou até mesmo perderam seus empregos. São situações que geram uma alta carga de estresse, já que há muitas pessoas em casa e com menos dinheiro, gerando raiva e frustração”, alertou Vani.

As medidas restritivas, que a pandemia obrigou durante vários meses, também trouxe outra grande preocupação, ficou mais difícil das mulheres saírem de casa e pedir ajuda ou denunciar o seu agressor. “Nossa rede de atendimento às mulheres vítimas de violência é composta por várias frentes para que, com ações interdisciplinares, construídas e consolidadas, a partir de esforços conjuntos, as mulheres entendam seus direitos e sigam denunciando todos os tipos de agressão, desde a física, psicológica, verbal. Não podemos aceitar nenhum tipo de violência”, destaca a secretária.

Confira os locais de assistência à mulher em situação de violência

Coordenadoria de Mulheres
É o organismo municipal responsável por articular, coordenar e monitorar as políticas municipais para as mulheres. Os objetivos são eliminar todas as formas de violência e fortalecer a autonomia das mulheres, por meio da garantia do acesso a direitos e de oportunidades de qualificação para a inserção no mercado de trabalho.
Endereço: Rua Siqueira Campos, 321 – Centro
Telefone: (51) 98255 1507

Centro de Referência para Mulheres em Situação de Violência Patrícia Esber (CRM)
Oferece um serviço de acolhimento e acompanhamento da mulher em situação de violência.
Endereço: Rua Siqueira Campos, 321 – Centro
Telefone: (51) 3464-0706 /

Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (DEAM)
Órgão responsável por registrar e representar ao Judiciário contra o agressor.
Endereço: Rua Humaitá, 1120 – Marechal Rondon
Telefone: (51) 3462-6700

Sala Lilás do Hospital Universitário
Realiza atendimento médico às mulheres vítimas de violência sexual.
Endereço: Avenida Farroupilha, 8001 – São José
Telefone: (51) 3478-80000

Centro de Referência no Atendimento Infantojuvenil (CRAI)
Presta serviço multiprofissional a crianças e adolescentes com até 17 anos, vítimas de violência. No Rio Grande do Sul, além de Porto Alegre, apenas Canoas disponibiliza o atendimento, que acontece no Hospital Universitário. O CRAI oferece uma assistência unificada de proteção integral e redução de danos, que evita a revitimização da criança ou adolescente em relação ao atendimento.
Endereço: Avenida Farroupilha, 8001 – São José

Casa Abrigo das Mulheres em Situação de Violência
Local para onde as mulheres com risco iminente de morte são encaminhadas de forma temporária. O endereço do local é sigiloso.

Defensoria Pública de Canoas
Presta assistência jurídica gratuita e solicita ao juiz medida protetiva às mulheres encaminhadas pela Delegacia da Mulher.
Endereço: Rua Coronel Marcelino, 25 – Centro
Telefone: (51) 3472-0366

Foro Central e Juizado Especializado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher
Órgão do Judiciário responsável pelo julgamento das medidas protetivas de urgência e dos casos de crime previstos na Lei Maria da Penha.
Endereço: Rua Lenine Nequete, 60 – Centro
Telefone: (51) 3472-1182

Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Comdim)
Órgão fiscalizador e propositor das políticas públicas para as mulheres.
Endereço: Avenida Guilherme Schell, 6068 – Centro
Telefone: (51) 3476-4847

Escritório de Comunicação PMC

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