Na tarde desta quarta-feira (3) o auditório da prefeitura, Sady Schivitz, foi um espaço para diálogo e reflexão sobre a situação dos imigrantes em Canoas. A doutoranda Carla Dias da Silveira, do Programa de Pós-Graduação em Memória Social e Bens Culturais da Unilasalle, apresentou sua pesquisa “Pontes Culturais: transformando desafios de imigrantes em oportunidades educacionais”.
O estudo aborda os desafios enfrentados por estudantes imigrantes no Brasil, especialmente pelos venezuelanos em Canoas. “São questões complexas, como preconceito, barreiras linguísticas, carência de políticas públicas e falta de preparo docente”, explica Carla. A pesquisadora propõe um curso de extensão para professores, fundamentado em interculturalidade, direitos humanos, memória social e identidade, visando a práticas mais inclusivas.
A venezuelana Kegny Ahumada, estudante de Pedagogia, é uma das participantes da pesquisa. Ela trabalha como assistente terapêutica há dois anos na EMEF João Palma da Silva. Kegny conta que o projeto da professora Carla é maravilhoso, pois possibilita que ela mostre as danças típicas de seu país e conheça outros venezuelanos que estão dentro da escola.
A secretária adjunta de Articulação da Secretaria Geral de Governo, Jaqueline Jaques, destacou a importância do evento de mostrar que os imigrantes não são apenas uma estatística, mas sim pessoas com sonhos e ideais, que deixam suas terras com expectativas, buscando novas oportunidades. “Eles são importantes como comunidade para a nossa gestão”, salientou.
Conforme Gabriel Arias, presidente da Associação dos Venezuelanos em Mato Grande, um censo está sendo realizado junto ao evento Prefeitura na Tua Casa. Até o momento, já foram cadastradas 244 famílias, apenas nos bairros Mato Grande e Mathias Velho.