Notícias

//
https://www.canoas.rs.gov.br/wp-content/uploads/2022/11/caminho-do-bem_reduzidas_gustavo-garbino-14.jpg

Mês da Consciência Negra: estudantes debatem sobre a atitude diante do racismo

Objetivo é promover, de forma lúdica, a conscientização sobre as feridas do preconceito racial e incentivar a mudança de mentalidade
Download Imagem Original

Foto: Gustavo Garbino

Compartilhe

A programação do Mês da Consciência Negra em Canoas desta sexta-feira (25) foi novamente voltada ao público jovem, com o objetivo de promover, de forma lúdica, a conscientização sobre as feridas do preconceito racial e a mudança de mentalidade. Os alunos do 6º ao 9º ano, da Escola Municipal de Ensino Fundamental Ceará, tiveram uma tarde com apresentações de teatro e música, mas também de conhecimento sobre a construção social que levou ao racismo estrutural no Brasil. 

“O racismo é muito sério, palavras discriminatórias podem machucar profundamente e deixar marcas para o resto da vida, pode levar um jovem à morte”, disse a secretária de Igualdade Racial e Imigrantes, Ednea Paim. “Somos todos iguais e devemos caminhar juntos”, reforçou aos estudantes, reunidos no Centro de Integração Paulo Paim, no bairro Mathias Velho.

A atividade contou com a participação do pesquisador Ubirajara Carvalho Toledo, membro convidado da Comissão da Verdade sobre a Escravidão Negra do Rio Grande do Sul da OAB-RS e do Instituto de Assessoria às Comunidades Remanescentes nos Quilombos, que fez uma palestra interativa com a plateia. “O racismo é um tema que a sociedade brasileira esconde e não quer debater. Mas o racismo não é obra do acaso, e sim uma construção para justificar a exploração das pessoas negras”, pontuou.

Toledo falou dos aspectos históricos da escravidão e que ela foi a mola propulsora para as grandes transformações econômicas no mundo, da revolução industrial ao capitalismo. Junto com as opiniões dos alunos, concluiu: “O que precisamos fazer é sempre tomar uma postura de indignação!”.

Após, as turmas assistiram à encenação da peça Help!, apresentada pelos integrantes do Grupo Nação Jovem, do projeto social Caminho do Bem, com base no Guajuviras. A apresentação trata das questões de racismo, bullying, violência, automutilação, tentativa de suicídio e da importância de valores como solidariedade, amizade, união e fraternidade como resposta ao sofrimento de colegas.

Ao final, foi a vez do rapper Du deixar o seu legado. Com 30 anos de carreira, seis discos autorais lançados, ex-membro da banda Ultramen e agora também com um projeto de trap, ele cantou e animou a turma com suas letras falando de superação, fé e persistência. “A minha mensagem é a do respeito. Quero desconstruir a ideia da violência na cabeça dos jovens. Um racista pode matar o sonho de uma pessoa”, destacou.